O CAIXEIRO VIAJANTE 02
Um dia bem cedo passou um homem que minha avó chamava de caixeiro viajante tinham muitas
Coisas em cima da mula e sempre parava para bebe um pouco d’água e trazer noticia do mundo era como se fosse um jornal.
-bom dia moça, tem um pouco de água para eu e minha mula.
A mãe respondeu.
- sim, claro que tem, e o que trás de novo ai em cima da mula?
-muita bugiganga do mundo moderno pra vender nas vilas, quer alguma coisa.
-moço, não tem dinheiro!
-então escolha ai moça, que vou lhe ressarcir por ter me cerceado minha sede e da minha mula Joana desse sertão quente da molesta.
Precisa não senhor, água não é pra vende e pode se servi a vontade,
Mesmo assim insistiu o moço.
- então pode escolher é meu presente para uma dama tão formosa e gentil.
- Já que insisti.
Mãe escolheu um vestido vermelho muito bonito e rodado, ela vestiu por cima da roupa e
Ficou rodando toda se rindo.
Ai o moço disse.
-gostou? Ficou bonito demais em océ moça.
-Gostei, muito obrigado moço
E olhou para mim e disse toma menino.
Mim deu um carrinho de madeira que era o presente mais lindo do mundo
Mãe disse. - fala menino como que diz para o moço.
-obrigado moço.
Avó perguntou ao moço quais as novidades que rola por ai a fora.
-ó minha senhora tem muitas novidades o Getulio Vargas e o novo presidente ditador do Brasil, mas o que se comenta no sertão é a morte do lampião e seu bando, no sertão sergipano estava escondido na fazenda angico, era 5hs de 28 julho de 1938 que de surpresa os policiais fizeram um cerco e metralharam todos do bando, dizem que poucos conseguiram fugi e degolou todo os mortos para colocar a cabeça exposta em praça publica.
A minha avó disse – esse estopo saio daquelas pragas.
-como assim?
Eles invadiram a minha casa e desgraçou minha família, matou meu marido e os meus filhos sumiram e comeu ela, ai nasceu este estopo.
- é um bom menino eu gosto dele, mas é um estopo balaio.
Disse o moço.
- Esse bando causou muitas desgraças no sertão, embuchou muitas moças, queimou muitas vilas, mas uma coisa fez de bom, diversos fazendeiros se cagaram de medo do virgulino. Eita sujeito macho!
Avó comentou- podia ser muito macho, mas era também covarde porque pegou a gente indefesa e fez essa covardia.
O moço lamentou e disse! – ta na hora de caminha outro dia passo de volta por aqui, agradeceu pela água e sumiu na poeira.
Fique curioso por demais e perguntei avó.
-Vó ele disse presidente o que é isso.
- sei lá menino agente fica nesse Cafu Del do Judá e não sabe de nada o que acontece no mundo afora, mas deve ser o novo comandante do Brasil porque era o imperador que se chamava D. Pedro, mas faz tanto tempo que deve ter morrido.
E para de pergunta e vai pega uma galinha no mato para preparar o almoço que o Zé da fazenda vem visita a gente.