De Roberto Carlos a Michael Jackson, a música no ano que passou não ficou fora dos noticiários, das mentes e dos ouvidos das pessoas. Foi um ano movimentado, para o bem ou para o mal
Bons discos, aniversários, mortes, novas bandas e cantores surgindo, shows em profusão pelo país. Teve de tudo um pouco no ano que acabou há dois dias no cenário músical pop rock. Mas, para sair um pouco da mesmice e apenas elencar vários fatos em um mesmo texto, a decisão foi emular o personagem Rob Flemming, do cult da literatura pop Alta fidelidade, de Nock Hornby.
O livro, narrado pelo ponto de vista do personagem principal, mostra um cara angustiado, já nos seus 30 anos, que ainda não sabe o que quer da vida. Enquanto isso, toca sua loja de discos em Londres e para tudo encontra respostas na música. No meio de tudo isso, Flemming faz rotineiramente listas dos seus top 5, sejam dos piores términos de namoro ou das melhores músicas que abrem discos.
O escritor John Fante tem o livro 1933 foi um ano ruim, a história de um garoto pobre que sonha em ser jogador de beisebol. Se ele permite, 2009 foi um ano ruim e bom ao mesmo tempo, com notícias para todos os gostos. A música esteve sempre presente no ano que passou, em qualquer forma que precisasse. Por isso, esse recorte até simplista dos 12 últimos meses. Aqui vai a retrospectiva em formato de top 5:
5- O primeiro disco dos Mutantes em 35 anos
Hail! Or amortecedor não tem Rita Lee. Nem Arnaldo Baptista, apresentado muito bem no documentário Lóki!. Os dois membros originais, responsáveis por boa parte da química da banda admirada no país e cultuada fora dele, fazem falta nesse disco, o primeiro gravado em estúdio em 35 anos. O último foi Tudo foi feito pelo sol, em 1974, numa época de turbulência dentro da banda. Só Sérgio Dias restava da formação original, e vivia às turras com os outros músicos, que questionavam o direcionamento progessivo das canções. Em Hail, Dias e seus convidados não fazem feio à discografia clássica da banda. Uma volta e tanto.
4- Brasil, um bom lugar para fazer shows
O escritor John Fante tem o livro 1933 foi um ano ruim, a história de um garoto pobre que sonha em ser jogador de beisebol. Se ele permite, 2009 foi um ano ruim e bom ao mesmo tempo, com notícias para todos os gostos. A música esteve sempre presente no ano que passou, em qualquer forma que precisasse. Por isso, esse recorte até simplista dos 12 últimos meses. Aqui vai a retrospectiva em formato de top 5:
5- O primeiro disco dos Mutantes em 35 anos
Hail! Or amortecedor não tem Rita Lee. Nem Arnaldo Baptista, apresentado muito bem no documentário Lóki!. Os dois membros originais, responsáveis por boa parte da química da banda admirada no país e cultuada fora dele, fazem falta nesse disco, o primeiro gravado em estúdio em 35 anos. O último foi Tudo foi feito pelo sol, em 1974, numa época de turbulência dentro da banda. Só Sérgio Dias restava da formação original, e vivia às turras com os outros músicos, que questionavam o direcionamento progessivo das canções. Em Hail, Dias e seus convidados não fazem feio à discografia clássica da banda. Uma volta e tanto.
4- Brasil, um bom lugar para fazer shows
Como em 2008, o público pop rock não teve do que reclamar. O ano começou com duas apresentações do Radiohead, banda inglesa queridinha dos alternativos e há muito tempo desejada no país. Para os fãs do rock mais pesado, Iron Maiden voltou ao Brasil para a sua turnê. Oasis, Elton John, Kiss e Jerry Lee Lewis também passaram por aqui. Mas o destaque ficaria para o mês de novembro. No mesmo fim de semana, em São Paulo, dois festivais de grande porte deixaram muita gente na dúvida de qual ingresso comprar. De um lado, o Planeta Terra, com Iggy Pop, Sonic Youth, Ting Tings, entre outros. Do outro, o Maquinaria, responsável por trazer Faith No More ao país na sua turnê de reencontro. Além disso, The Killers, Sting, Lily Allen e os australianos do AC/DC deram as caras pelo Brasil.
De braços abertos, no seu terno azul, o rei Roberto Carlos chorou. Diante de aproximadamente 68 mil pessoas que lotaram o estádio do Maracanã, no Rio de Janeiro, ele comemorou os 50 anos de carreira. Carreira essa do cantor nascido em Cachoeiro do Itapemirim (ES), e que sempre pensou em seguir o exemplo banquinho e violão dos ícones da bossa nova. Porém, o rei foi responsável e o timoneiro do movimento que pegou uma boa parte da juventude brasileira nos anos 1960, a Jovem Guarda. Flertou com a black music nos anos 1970 e depois entrou na fase romântica, da qual é refém até hoje. Mesmo assim, sua capacidade de entregar um sucesso a cada dois anos é impressionante. Sua relevância musical, embora negada por muitos intelectuais da música, é inegável. Roberto fez mais pela música pop brasileira do que qualquer outro cantor ou compositor.
2- Beatles para uma nova geração
De uns anos para cá, os jornais foram inundados com os mesmos aniversários. É o álbum branco dos Beatles fazendo 40 anos, depois o Abbey Road, antes foi o Sgt. Peppers... Apesar dessa insistência na comemoração de datas, talvez o grande responsável por tornar o quarteto de Liverpool palatável para uma nova geração é um videogame. Isso mesmo. Esqueça discos e mp3s, o negócio é se jogar no Rock Band e mimetizar seus artistas e músicas prediletos. O primeiro título da franquia com a "marca" de uma única banda foi lançado em setembro e se tornou um sucesso imediato de vendas. Além do game, foi lançada uma série limitada de controles que "imitam" modelos de instrumentos um dia utilizados por John Lennon, Paul McCartney, George Harrison e Ringo Starr (a franquia tem controles em forma de guitarra, baixo e bateria, além de microfone). O jogo cobre todas as fases da banda, desde o iê iê iê até os discos mais psicodélicos.
1- A morte do rei do pop
Na tarde de 25 de junho, o site de fofocas TMZ trazia uma informação perturbadora: Michal Jackson morreu em sua mansão nos Estados Unidos. Imediatamente, todos os meios de comunicação foram atrás da informação. À noite, a morte já era confirmada. Dali em diante, uma sucessão de especiais, de homenagens e lembranças ocorreram. Nada mais justo. Michael Jackson revolucionou a música pop. Com sua característica de showman, transformou os shows em espetáculos. Com discos como Thriller, até hoje o mais vendido de todos os tempos, fez da música um catalisador para as pistas bombarem. Nos últimos anos, porém, Michael parecia ter virado refém de toda sua fama. Envolveu-se em seguidos escândalos, sexuais e financeiros. Entretanto, tentava dar a volta por cima. E ela viria numa turnê que o cantor ensaiava. Para se ter uma ideia da importância dele, uma notícia divulgada nos últimos dias. O videoclipe de Thriller, dirigido por John Landis, vai integrar o arquivo nacional de cinema da Biblioteca do Congresso dos Estados Unidos. É a primeira vez que um vídeo musical entra no acervo da instituição.
No cenário ampliado, essa é a visão do signitário do que de mais interessante aconteceu na música em 2009. Claro, muito mais rolou por aí. Em cada lugar do planeta, uma banda nova coloca seu disco na internet para qualquer um ouvir. Enquanto isso, a discussão sobre a questão dos direitos autorais é tocada por uma rapaziada com muita bagagem no país. Motivos para falar de música no ano que passou não faltaram. Muito menos para ouvir.
2- Beatles para uma nova geração
De uns anos para cá, os jornais foram inundados com os mesmos aniversários. É o álbum branco dos Beatles fazendo 40 anos, depois o Abbey Road, antes foi o Sgt. Peppers... Apesar dessa insistência na comemoração de datas, talvez o grande responsável por tornar o quarteto de Liverpool palatável para uma nova geração é um videogame. Isso mesmo. Esqueça discos e mp3s, o negócio é se jogar no Rock Band e mimetizar seus artistas e músicas prediletos. O primeiro título da franquia com a "marca" de uma única banda foi lançado em setembro e se tornou um sucesso imediato de vendas. Além do game, foi lançada uma série limitada de controles que "imitam" modelos de instrumentos um dia utilizados por John Lennon, Paul McCartney, George Harrison e Ringo Starr (a franquia tem controles em forma de guitarra, baixo e bateria, além de microfone). O jogo cobre todas as fases da banda, desde o iê iê iê até os discos mais psicodélicos.
1- A morte do rei do pop
Na tarde de 25 de junho, o site de fofocas TMZ trazia uma informação perturbadora: Michal Jackson morreu em sua mansão nos Estados Unidos. Imediatamente, todos os meios de comunicação foram atrás da informação. À noite, a morte já era confirmada. Dali em diante, uma sucessão de especiais, de homenagens e lembranças ocorreram. Nada mais justo. Michael Jackson revolucionou a música pop. Com sua característica de showman, transformou os shows em espetáculos. Com discos como Thriller, até hoje o mais vendido de todos os tempos, fez da música um catalisador para as pistas bombarem. Nos últimos anos, porém, Michael parecia ter virado refém de toda sua fama. Envolveu-se em seguidos escândalos, sexuais e financeiros. Entretanto, tentava dar a volta por cima. E ela viria numa turnê que o cantor ensaiava. Para se ter uma ideia da importância dele, uma notícia divulgada nos últimos dias. O videoclipe de Thriller, dirigido por John Landis, vai integrar o arquivo nacional de cinema da Biblioteca do Congresso dos Estados Unidos. É a primeira vez que um vídeo musical entra no acervo da instituição.
No cenário ampliado, essa é a visão do signitário do que de mais interessante aconteceu na música em 2009. Claro, muito mais rolou por aí. Em cada lugar do planeta, uma banda nova coloca seu disco na internet para qualquer um ouvir. Enquanto isso, a discussão sobre a questão dos direitos autorais é tocada por uma rapaziada com muita bagagem no país. Motivos para falar de música no ano que passou não faltaram. Muito menos para ouvir.
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